segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Por que Deus não agiu?


Quando Carlos Magno, rei dos francos, ouviu pela primeira vez a história da prisão e execução de Jesus, explodiu de raiva.  Segurando firmemente a espada e a chacoalhando na bainha, exclamou:  “Ah!  Seu eu estivesse ali.  Eu teria matado todos eles com as minhas legiões!”
Sorrimos diante da sincera lealdade de guerreiro de Carlos Magno, ou de Simão Pedro, que realmente desembainhou uma espada em defesa de Jesus.  Por trás dessa grande indignação repousa, porém, uma questão misteriosa, profundamente misteriosa.  Carlos Magno, afinal, não esteve presente no Getsêmani;  mesmo estando, não poderia ter ajudado.  Mas Deus Pai esteve ali;  este, porém, não ergueu um dedo em favor de seu Filho condenado.
Por que Deus não agiu...
 Quem quer que reflita sobre isso experimenta  uma certa dor de decepção.  O sofrimento teve início enquanto Jesus orava num bosque tranquilo e fresco, formado por oliveiras, com três de seus discípulos aguardando sonolentos do lado de fora.   Dentro do jardim, tudo parecia em paz; mas fora, as forças do próprio inferno estavam à solta.  Um discípulo tornara-se traidor;  Satanás estava à espreita, e um grande bando com espadas e porretes estava a caminho do Getsêmani.  “A minha alma está profundamente triste até à morte”, disse Jesus a seus três discípulos.  Embora tivesse o direito e o poder de enviar um exército  de anjos, Jesus não se defendeu.  Ele viera para viver num mundo de carne e osso, e morreria de acordo com as regras desse mundo. Em certo momento, ele caiu com o rosto em terra e orou para que houvesse alguma maneira, qualquer maneira, de escapar daquela situação,  o seu suor caía ao chão em grandes gotas, de sangue.
E Deus ficou calado...
Dois dias depois, veio a Ressurreição, com o estrondo como de um terremoto e um clarão como de um relâmpago!  Será que isso não devia ter justificado a ação de Deus e solucionado o problema da nossa decepção com ele de uma vez por todas...
A morte na Cruz, o acontecimento mais público da vida de Jesus, revela a enorme diferença entre um Deus que prova sua existência pelo poder e aquele que prova a sua existência pelo amor.  O apóstolo Paulo descansa sua fé no amor ilimitado de um Deus “que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou”.  O amor é mais persuasivo quando envolve sacrifício, e os evangelhos deixam claro que Jesus veio para morrer.  Em suas próprias palavras, “Ninguém tem maior amor do que este:   de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.”  De alguma forma, a felicidade eterna exigiu este momento de silêncio que nos causa perturbação.
Meu irmão, minha irmã, creia, Deus está agindo em sua vida, mesmo que você não entenda e, até certo ponto,  esteja  decepcionado com Ele.   Saiba de uma coisa:  O caminho pelo qual Deus está lhe conduzindo é repleto de amor e de cuidado por você.
Ainda que Ele esteja em silêncio.
Pense nisso!
 



Marcos Batista
Coordenador de Desenvolvimento Institucional
(21) 3203-1999 - (21) 3203-1963 - (21) 7840-6203
batistam@sbb.org.br