sexta-feira, 30 de maio de 2008

Pesquisas com células-tronco embrionárias são autorizadas


Sexta-feira, 30/05/2008
Os ministros do STF aprovaram a continuidade das pesquisas em uma sessão tensa. As células-tronco de embriões podem ser a solução para doenças que, até então, não tinham cura.
Diante desta notícia escolhi uma entrevista, feita com
Cléber Fontoura Marcolan pela equipe do Instituto Cristão de Pesquisas, para nossa reflexão. Espero que gostem:

A Clonagem e a Ética Cristã
Por Jamierson Oliveira

De tempos em tempos, a fé e a religião são sacudidas por descobertas científicas que exigem dos crentes, principalmente de nós, cristãos evangélicos, uma revisão de nossos paradigmas e uma melhor interpretação das Escrituras. A clonagem é um exemplo recente disso. Por isso, convidamos nosso consultor, o cientista cristão Cléber Marcolan, com mestrado em biologia celular e estrutural, pela UNICAMP, e cursando doutorado em genética e biologia molecular na UFRGS, para nos esclarecer sobre o tema.

Como professor na Universidade Luterana do Brasil, ministra as seguinte disciplinas: biologia celular, histologia e embriologia. Como membro da Igreja Evangélica Luterana da Renovação (RS), serve como pregador e discipulador. Vejamos o que ele tem a dizer.

Defesa da Fé – O que é clonagem e em que ela difere da chamada clonagem terapêutica?

Cléber Marcolan – Clonagem é a técnica de retirar o núcleo de uma célula somática (embrionária ou adulta) e implantar em um óvulo sem núcleo para que um embrião possa ser desenvolvido com características genéticas iguais às do doador do núcleo. A chamada clonagem terapêutica é a tentativa de clonar somente órgãos ou tecidos isolados. Sua grande vantagem é que, ao transferir o núcleo da célula de uma pessoa para um óvulo sem núcleo, esse novo óvulo, ao dividir-se, gera, em laboratório, células potencialmente capazes de produzir qualquer tecido. Já a clonagem reprodutiva humana é a técnica pela qual pretende-se fazer uma cópia de um indivíduo. Nessa técnica, se o óvulo com esse novo núcleo começasse a se dividir e fosse transferido para um útero humano e se desenvolvesse, ter-se-ia uma cópia da pessoa de quem foi retirado o núcleo da célula. A diferença fundamental entre os dois procedimentos é que, na transferência de núcleos para fins terapêuticos, as células são multiplicadas em laboratório para formar tecidos, enquanto a clonagem reprodutiva requer a inserção em um útero.

Defesa da Fé – O Brasil já possui tecnologia para a manipulação dessas técnicas?

Cléber – Sim. Embora o Brasil esteja atrasado em muitos campos das ciências, aqui já existe tecnologia suficiente para manipular a clonagem em campo experimental. Já obtivemos várias plantas e animais clonados, principalmente no campo da reprodução animal.

Defesa da Fé – No caso da clonagem terapêutica, quais são as implicações éticas e religiosas?

Cléber – A grande discussão quanto à clonagem terapêutica está na obtenção de células potencialmente capazes de produzir qualquer tecido ou órgão e transplantá-los para milhares de doentes que aguardam nas filas de transplantes com doenças terminais. A questão mais difícil é a determinação sobre em que momento começa a vida. Assim, será que o blastocisto (embrião) já pode ser considerado um ser vivo ou somente no momento em que ocorre a formação do feto é que podemos dizer que há vida? Será que temos o direito de criar um embrião para servir de banco de células e não deixá-lo viver? Será que não seria sacrificar um ser para salvar outro? Estas são algumas das questões mais polêmicas com que estamos lidando.

Defesa da Fé – A possibilidade de cura de tantos males, na sua opinião, justifica essa técnica?

Cléber – Para mim, nada justifica a negação ao direito à vida. Se as técnicas de clonagem terapêutica conseguirem trabalhar com células-tronco sem ser necessário gerar um embrião para ser banco de células, sou a favor, caso contrário, posiciono-me contra.

Defesa da Fé – Só no Brasil, estima-se haver 30 mil embriões congelados, alguns prestes a serem descartados, o que tem provocado protestos veementes de diferentes setores. Qual é a sua opinião sobre esse quadro?

Cléber – Na minha concepção, embriões já são seres humanos. A questão de estarem congelados não muda esse fato. Assim, o descarte desses embriões é assassinato, pois no momento em que foram concebidos passaram a ter direito à vida. Muitas pessoas justificam o descarte de embriões dizendo que as mulheres, ou o casal, que forneceram o material são “donos” do embrião e, portanto, podem determinar seu destino, seja viver ou ir para o lixo. Partindo desse princípio, um casal poderia ser considerado inocente por assassinar uma criança de dois anos, por não a desejarem mais? Ora, sabemos que isso é inconcebível, considerado crime hediondo e totalmente bestial. Por que devemos ter outra reação quanto aos embriões?

Defesa da Fé – Outra polêmica diz respeito à chamada reprodução assistida, segundo a qual um casal infértil pode ter seu tão sonhado filho. Mas também há riscos. Poderia enumerá-los?

Cléber – As técnicas de reprodução assistida realmente tem seu lado positivo. Mas não podemos esquecer que, para uma tentativa de reprodução assistida, são fertilizados cerca de dez óvulos, dos quais alguns são utilizados para ver se um deles consegue implantar-se no útero materno. A chance é de um, ou no máximo dois, conseguirem a implantação. O restante é congelado e, posteriormente, será descartado. Se levarmos em conta a clonagem reprodutiva como ferramenta de auxílio na reprodução assistida, temos alguns problemas que devem ser considerados, tais como: o alto número de falhas e mortes entre recém-nascidos. Um clone também poderia mudar a dinâmica familiar de modos profundos e imprevisíveis. Neste momento, com o mercado negro de venda de embriões, casais estéreis poderiam comprar um embrião clonado roubado que, talvez, tivesse para ser descartado por ter riscos médicos. Se um bebê for clonado, seus cromossomos poderiam emparelhar com a idade do doador, significando que uma criança de cinco anos se pareceria com uma de dez, com potencial para desenvolver doenças do coração e câncer, entre outras.

Defesa da Fé – Diante de tão grande possibilidade de reprodução que estamos vivemos, não podemos, num futuro próximo, ter problemas sérios na estrutura familiar?

Cléber – Se levássemos em consideração que, com as técnicas de clonagem, há a possibilidade de um embrião ser gerado sem a participação masculina, com certeza teríamos uma desestruturação familiar. Isso traria complicações psicológicas enormes para uma criança, que seria praticamente filha de ninguém. Como seria tratada pela sociedade? Em uma sociedade como a nossa, onde tantas crianças já estão morando na rua por falta de pais responsáveis e onde milhares de abortos são realizados todos os dias, não há nada que justifique a clonagem reprodutiva.

Defesa da Fé – A recente aprovação da Lei de Biossegurança pelo Senado coloca o Brasil no temido mapa da clonagem humana?

Cléber – Não. A lei de Biossegurança aprovada permite apenas as pesquisas com organismos geneticamente modificados (transgênicos) e com células-tronco de embriões que estejam pelo menos há três anos congelados; não permite a pesquisa com clonagem reprodutiva. Defesa da Fé – É possível que a clonagem humana já tenha sido feita com sucesso clandestinamente?Cléber – A chance de uma clonagem humana ter sido feita é remota, pois as técnicas de clonagem ainda estão em fase de experimentação. Para obter a ovelha Dolly, o cientista Ian Wilmut fez 277 tentativas. De lá para cá, as técnicas se aperfeiçoaram, mas a dificuldade de obter um embrião humano clonado com sucesso ainda é grande. Mas descartar totalmente a possibilidade é ser cético demais. Médicos italianos estão anunciando a clonagem de três bebês, porém, até agora nenhuma prova foi dada.

Defesa da Fé – A clonagem reprodutiva será uma realidade no futuro?

Cléber – Tudo dependerá da sociedade. As técnicas de clonagem reprodutivas em humanos serão estabelecidas, com ou sem o apoio dos governantes ou da sociedade. Agora, a aplicação dessas técnicas será levada adiante somente se as pessoas considerarem algo normal ou natural, pois são os representantes da sociedade que formam o governo que poderão ou não regulamentar tais técnicas.

Defesa da Fé – Qual é a sua posição, como cientista cristão, diante de tanta polêmica?

Cléber – Como cientista, estou sempre aberto a novas descobertas e tecnologias. Creio que não devemos jamais cair novamente no obscurantismo medieval. Mas, como cristão, creio que devemos ter em mente que toda e qualquer ciência deve estar de acordo com a ética e a moral da Palavra de Deus. Assim, se uma tecnologia beneficiará a humanidade, deve ser bem aceita, desde que não fira o princípio de amor à vida. Creio que logo hão de ser desenvolvidas novas tecnologias em que não haverá necessidade de sacrificar embriões, como, por exemplo, a “terapia gênica”, quando os genes defeituosos nos próprios embriões poderão ser corrigidos, tornando-os aptos à vida.

Defesa da Fé – Alguns teólogos menos conservadores apontam para a criação de Eva como um exemplo de clonagem. O senhor concorda?

Cléber – Discordo totalmente. Se fosse uma clonagem no sentido biológico da palavra, teria de ser criado outro homem e não uma mulher, pois um clone é geneticamente igual à sua matriz. Isso é tentar dar força à técnica de clonagem utilizando uma exegese e uma hermenêutica distorcidas para a interpretação de um fato da Bíblia. Cientificamente, seria impossível Eva ser um clone, pois, então, quem teria fornecido o óvulo para ela ser gerada? Lilith? (segundo a tradição judaica, a primeira companheira de Adão).

Defesa da Fé – A igreja católica sempre se posiciona a respeito de temas como este. Que postura os evangélicos deveriam tomar?

Cléber – Creio que os evangélicos deveriam se posicionar sempre que algo envolvesse os princípios da Palavra de Deus. Assuntos polêmicos como este sempre têm dois lados. Devemos, primeiramente, estudá-los e somente então emitir um parecer.

Defesa da Fé – O senhor concorda com o bordão que diz: “a ciência está brincando de Deus”?

Cléber – Não. Deus nos deu inteligência. Não utilizá-la seria enterrar um talento que Ele nos concedeu. Agora, em todas as áreas, tanto da ciência quanto da filosofia e mesmo da teologia, existem os bem-intencionados e os mal-intencionados. A nossa tendência ao mal é conseqüência do pecado de Adão. Devemos saber administrar isso e, como a própria Bíblia diz, reter o que é bom.
Fonte:
http://www.icp.com.br/73entrevista.asp (Instituto Cristão de Pesquisas)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Não Quero Mais Ser Evangélico!




"Irmãos, uni-vos! Pastores evangélicos criam sindicato e cobram direitos trabalhistas das Igrejas". Esse, o título da matéria, chocante, publicada pela revista Veja de 9 de junho de 1999 anunciando formação do "Sindicato dos Pastores Evangélicos no Brasil".


Foi a gota d'água! Ao ler a matéria acima finalmente me dei conta de que o termo "evangélico" perdeu, por completo, seu conteúdo original. Ser evangélico, pelo menos no Brasil, não significa mais ser praticante e pregador do Evangelho (Boas Novas) de Jesus Cristo, mas, a condição de membro de um segmento do Cristianismo, com cada vez menor relacionamento histórico com a Reforma Protestante - o segmento mais complicado, controverso, dividido e contraditório do Cristianismo. O significado de ser pastor evangélico, então, é melhor nem falar, para não incorrer no risco de ser grosseiro.


Não quero mais ser evangélico! Quero voltar para Jesus Cristo, para a boa notícia que Ele é e ensinou. Voltemos a ser adoradores do Pai porque, segundo Jesus, são estes os que o Pai procura e, não, por mão de obra especializada ou por "profissionais da fé". Voltemos à consciência de que o Caminho, a Verdade e a Vida é uma Pessoa e não um corpo de doutrinas e/ou tradições, nascidas da tentativa de dissecarmos Deus; de que, estar no caminho, conhecer a verdade e desfrutar a vida é relacionar-se intensamente com essa Pessoa: Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho do Deus vivo. Quero os dogmas que nascem desse encontro: uma leitura bíblica que nos faça ver Jesus Cristo e não uma leitura bibliólatra. Não quero a espiritualidade que se sustenta em prodígios, no mínimo discutíveis, e sim, a que se manifesta no caráter.


Chega dessa "diabose"! Voltemos à graça, à centralidade da cruz, onde tudo foi consumado. Voltemos à consciência de que fomos achados por Ele, que começou em cada filho Seu algo que vai completar: voltemos às orações e jejuns, não como fruto de obrigação ou moeda de troca, mas, como namoro apaixonado com o Ser amado da alma resgatada.


Voltemos ao amor, à convicção de que ser cristão é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos: voltemos aos irmãos, não como membros de um sindicato, de um clube, ou de uma sociedade anônima, mas, como membros do corpo de Cristo. Quero relacionar-me com eles como as crianças relacionam-se com os que as alimentam - em profundo amor e senso de dependência: quero voltar a ser guardião de meu irmão e não seu juiz. Voltemos ao amor que agasalha no frio, assiste na dor, dessedenta na sede, alimenta na fome, que reparte, que não usa o pronome "meu", mas, o pronome "nosso".


Para que os títulos: "pastor", "reverendo", "bispo", "apóstolo", o que eles significam, se todos são sacerdotes? Quero voltar a ser leigo! Para que o clericalismo? Voltemos, ao sermos servos uns dos outros aos dons do corpo que correm soltos e dão o tom litúrgico da reunião dos santos; ao, "onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu lá estarei" de Mateus 18.20. Que o culto seja do povo e não dos dirigentes - chega de show! Voltemos aos presbíteros e diáconos, não como títulos, mas, como função: os que, sob unção da igreja local, cuidam da ministração da Palavra, da vida de oração da comunidade e para que ninguém tenha necessidade, seja material, espiritual ou social. Chega de ministérios megalômanos onde o povo de Deus é mão de obra ou massa de manobra!


Para que os templos, o institucionalismo, o denominacionalismo? Voltemos às catacumbas, à igreja local. Por que o pulpitocentrismo? Voltemos ao "instruí-vos uns aos outros" (Cl 3. 16).


Por que a pressão pelo crescimento? Jesus Cristo não nos ordenou a sermos uma Igreja que cresce, mas, uma Igreja que aparece: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. "(Mt 5.16). Vamos anunciar com nossa vida, serviço e palavras "todo o Evangelho ao homem... a todos os homens". Deixemos o crescimento para o Espírito Santo que "acrescenta dia a dia os que haverão de ser salvos", sem adulterar a mensagem.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Adoração ou Show?



“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”(Jo.4:24).


O que é adoração?

“A atividade de glorificar a Deus em sua presença com nossa voz e com nosso coração”. Wayne Grudem
"Uma reação reativa (reagente) a Deus, pela qual declaramos sua dignidade ... Adoração não é simplesmente um clima; é uma reação ... é uma declaração". Ronald Allen e Gordon Borror
O cristianismo moderno parece estar comprometido com a idéia de que Deus deve dar algo para nós... mas precisamos compreeender o equilíbrio dessa verdade – devemos render honras e adoração incessantes a Deus. Esse desejo consumidor e altruísta (dedicação desinteressada; egoísta) de dar a Deus é a essência e o âmago deste culto.
Nas Escrituras o adorador é chamado a conceder, o receber de Deus é conseqüência disso.
“Tributai ao SENHOR, ó famílias dos povos, tributai ao SENHOR glória e força.Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome; trazei oferendas e entrai nos seus átrios (Sl 96:7-8).
Proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor (Ap.5:12).
É isso. A essência da adoração é dádiva. Quem adora atribui, celebra. Celebração essa que não se resume em cantar hinos sem meditação. Os hinos têm de elevar o coração do adorador a Deus; pela mensagem que foi transmitida (Dt. 10:12,13).

O que é Show?
O dicionário Aurélio define show como “um espetáculo de teatro, rádio, televisão etc., geralmente de grande montagem, que se destina à diversão, e com a atuação de vários artistas de larga popularidade, ou às vezes de um só”. Ora, nessa definição, nada combina com o significado de culto, que o mesmo dicionarista diz ser “adoração ou homenagem à divindade em qualquer de suas formas, e em qualquer religião”. “A igreja existe, não para oferecer entretenimento, encorajar vulnerabilidade, melhorar auto-estima ou facilitar amizades, mas para adorar a Deus. Se falharmos nisso”, conclui Philip Yancey, “a igreja fracassa”.
O lugar da reverência.
Vivemos um tempo de familiaridades demais (abusos) com Deus, onde parece não haver o devido temor. A adoração verdadeira só procede porém de quem tem noção do quão exaltado é Deus (Sl. 8:9; 29:1,2;104:1). Só com esta preocupação é que se presta um verdadeiro culto. Sinceramente, muito do que se tem feito nas igrejas hoje, e que se chama adoração, não tem contribuído para esta atitude de reverência ao Senhor. Às vezes se tornam banais, cantando coisas que até desrespeitam Deus, ou usando palavras de tratamento impróprias. Deus parece mais como colega de escola, o vizinho da esquina, do que o Rei do Universo. Talvez o escritor de Hebreus já pensasse nisso quando alertou:
Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor (Hb.12:28, vd.2 Co.7:1; 1Pd. 1:17).

Sacrifícios de Louvor
No Antigo Testamento os sacrifícios oferecidos a Deus não podiam ter defeito algum (Lv. 22:19;Dt.15:21; 17:1). O povo foi duramente repreendido por Deus ao oferecer sacrifícios imperfeitos (Ml. 1: 6-14). A adoração, o louvor é hoje um sacrifício voluntário do cristão a Deus (Hb. 13:15), portanto, deve-se ter muita atenção em como está sendo oferecida esta adoração, em vista das leis de perfeição que regulam os sacrifícios. A adoração está entre as obras do cristão que serão julgadas no tribunal de Cristo (1Co.3:13b), julgamento este que vai ser segundo a nossa motivação do coração (1Co 4:5). Será que hoje o que se chama de louvor e adoração é realmente o melhor para Deus? Ou a má qualidade das letras e das músicas atuais está mais para aquilo que é mais fácil, que vende bem, que “não custa nada” (cf. 1Cr.21:24)?
O Modelo bíblico.
Na adoração o importante é o que Deus acha, não o que o adorador acha. Russell Shedd é muito feliz quando diz:
Em diversas partes do mundo surge um volume notável de literatura como objetivo de tornar a adoração cristã mais contemporânea, mais relevante e contextualizada. Quando o interesse dos que congregam para adorar se torna alvo prioritário, o culto forçosamente ganha características de entretenimento. A experiência do adorador recebe prestígio acima da do criador. Mas o que de fato é relevante é o que Deus acha de nossos louvor, orações, mensagens e ofertas. É a “religião-show”:
Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas, rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice.Sinceridade é essencial para a adoração, pois o culto hipócrita é fortemente confrontado por Deus ( Is. 1: 11-15; Os. 6: 4-6; Am. 5: 21-24), mas a sinceridade só não basta. Em matéria de adoração o modelo quem fornece é o próprio Deus (Dt. 4:2; 12:32). O homem não está livre para adorar conforme sua própria vontade, mas apenas em “verdade”, isto é, de acordo com os mandamentos de Deus.
O lugar de Deus.
Com as novas técnicas de adoração voltadas para a satisfação do adorador, que crescem e são inventadas a cada dia o lugar de Deus tem sido usurpado do processo de adoração. Incrível, mas é verdade! Muitas vezes o que se está fazendo não é adoração, mas satisfação pessoal. A criatura tomou o lugar do Criador.

Cantar cânticos com palavras sem sentido, fazer gestos que não dizem nada, aceitar fórmulas e rótulos vazios, que em nada edificam a vida não é culto, não é adoração, é um arremedo (imitação).
Por ocasião do avivamento acontecido em Jerusalém sob a liderança de Esdras e Neemias, logo após o retorno dos exilados, gastavam-se três horas para a leitura da Lei do Senhor e mais três horas para confissão de pecados e adoração (Ne 9.1-5).
Que diferença dos dias de hoje, não? Ou somos muito melhores do que os cristãos do passado e os israelitas, ou então o evangelho está se desfigurando, passando a ser mero entretenimento.
Temos o hábito de chamar o ministério de música como “Ministério de Louvor e Adoração”. Na verdade, colocamos juntos essas duas palavras, como que sendo um nome e um sobrenome.
Raramente paramos para pensar nas diferenças complementares entre elas. Assim, vejamos as definições:
Louvar – lit. “Barulho” – elogiar, gabar, exaltar, enaltecer, glorificar, aprovar, aplaudir, bendizer. Heb. “halal” – 160 vezes no Antigo Testamento – fonte de “hallellujah”, que pode ser traduzido por “Louvado seja Yah” (Yah como abreviação de Yaweh – aquele que faz as coisas serem”)Referências: Ed. 3:10 –11; 2 Sm 6; Salmos
Adorar – lit. “Prostrar-se” – reverenciar, venerar, amar extremosamente, idolatrar, ter grande predileção a, cultuar, curvar-se, cair com o rosto em terra, render-se. Heb. “shachac” – 170 vezes no Antigo Testamento – denota prostrar-se diante de autoridades, mostrando significado cultural (Davi X Saul; Rute X Boaz; José X feixes...) É usado como forma comum de se chegar diante de Deus em adoração (Jr. 7:2).
Gr. “proskuneo” – pros (na direção de) + kuneo (beijar)
Referências: Gn 22:5; 24:26, 48; Ex 4:31, 12:27, 34:8; Js 5:14; 2 Cr 29: 29-30; Ne 8:6; Jô 1:20; Sl 95:6, 132:7; Mt 2:2, 11; Mc 15:19; Jô 4:22-24; Fp 3:3; Ap 5:14, 7:11, 11:16, 14:7, 15:4, 19:4, 10, 22:8-9.

Veja um Paralelo entre LOUVOR e ADORAÇÃO:
LOUVOR: Motivado na alma por um impulso de receber do Senhor
ADORAÇÃO: Motivado no espírito por um impulso de dar ao Senhor
LOUVOR: Pode ser comunitário
ADORAÇÃO: É individual
LOUVOR: Brota das emoções
ADORAÇÃO: Brota da devoção

LOUVOR: Pelos feitos de Deus
ADORAÇÃO: Pelo que Deus é
LOUVOR: Pelos presentes de Deus
ADORAÇÃO: Pela presença de Deus

LOUVOR: É uma expressão de vida
ADORAÇÃO: É um estilo de vida
LOUVOR: É circunstancial
ADORAÇÃO: É incondicional
LOUVOR: Aprecia os feitos de Deus
ADORAÇÃO: Vive para Deus
LOUVOR: Pode ser distante
ADORAÇÃO: Só ocorre na presença
LOUVOR: É mais exuberante, enérgico, movimentado, barulhento, com mais palavras
ADORAÇÃO: É mais sóbrio, com menos movimentos, menos palavras, inclinando-se a cânticos espirituais e silêncio

Não devemos nos equivocar que é mais espiritual adorar, pois o que aprendemos é que ambos se complementam. Assim, devemos ter a liberdade de louvar com expressões espontâneas, enérgicas ao mesmo tempo de adorar com cânticos mais contemplativos.
Na verdade, a Bíblia nos indica que existem várias expressões de louvor e de adoração, tais como através da oração, cânticos, confissão, ofertório, artes em geral, pregação, ceia, batismo e do próprio exercício do ministério.
Não importa o exterior, sejam palmas, mãos levantadas, prostrando-se ou com danças. Deus olha o coração, pois diz que um coração contrito não desprezará.
Veja abaixo mais referências bíblicas:
Com palmas – Sl 47:1, 98:8; Is 55:12
Com mãos levantadas – Sl 63:4, 77:2, 134:2, 141:2; 1Tm 2:8; Hb 12:12
Com júbilo – Sl 27:6, 35:27, 47:1, 81: 1, 2, 89:15, 95:1, 98:4, 107:22, 118:15, 132:16; 1 Sm 18:6, 7; Ex 15:21; Ne 12:43
Prostrando-se – Gn 17:3; Ez 43:3; Ap 4:10; Lv 9:24; Dt 9:25; Sl 95:6, 99:9; 2 Cr 29:28
Com danças – 1 Sm 18:6; Ex 15:20, 2 Sm 6:14, 15; Jr 31: 1-4, 13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática; São Paulo: Vida Nova, 1999.
ALLEN, Ronald e BORROR, Gordon. Teologia da Adoração; São Paulo: Vida Nova, 2002.
SHEDD, Russell P. Adoração Bíblica; São Paulo: Vida Nova, 2001.
JR, MacArtur, John. Redescobrindo O Ministério Pastoral; Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
RAMOS, Ariovaldo. Igreja e eu com isso?; São Paulo:Sepal, 2000.
BROWN, Archibald. “ Entretenimento- Uma Estratégia do Inimigo” em Fé para Hoje; São Paulo: FIEL.
Charles Spurgeon, citado em JR. MacArtur,John F. Com Vergonha do Evangelho; São Paulo: FIEL, 1997.
http://adorar.net/
http://vivos.com.br/278.htm
http://gracaplena.blogspot.com/



sábado, 17 de maio de 2008

Capitalismo e Fé


A grosso modo, capitalismo é a influência ou supremacia do capital ou do dinheiro. Em outras palavras, é um sistema pelo qual alguém investe capital ou dinheiro numa atividade produtiva com o objetivo de gerar lucros. Mas, qual a relação que isso tem com o Evangelho?Bem. Com o Evangelho genuinamente bíblico, nenhuma; contudo, com o evangelho que muitos pregam em nosso dias, há uma intrínseca convivência. Lamentavelmente, o Evangelho tornou-se para um grande número de pessoas, num meio totalmente eficaz de enriquecimento, numa fórmula perfeita de ascensão financeira.


Grandes empresas, principalmente do ramo fonográfico e editorial, que nunca nutriram nenhum vínculo com o povo de Deus, infiltraram-se no meio evangélico, buscando dessa forma ampliar seus lucros; atingir um “mercado” em fase de expansão, afinal só no Brasil somos mais de 20 milhões! Utilizam-se do Evangelho de forma, muitas vezes, inescrupulosa, bombardeando os crentes com um marketing estrategicamente elaborado, fazendo uso de uma linguagem cristã, dando uma roupagem aparentemente evangélica ou gospel aos seus produtos. É comum ouvirmos falar de “Plano de Saúde Evangélico”, “Cartão de Crédito Evangélico”, “Shopping Evangélico” etc. Em um periódico, uma agência de turismo anunciava uma excursão à “Disney Gospel”. Até Sindicato de Pastores já foi cogitado entre nós!


O capitalismo, sob uma camuflagem cristã, penetrou no seio da igreja, conduzindo muitos crentes ao consumismo exacerbado e ao materialismo desenfreado. O desejo pela prosperidade financeira suplanta, em algumas denominações, o anseio pela intimidade com Deus. E o pior: a ambição pelo dinheiro ganhou respaldo bíblico. Fazem uso da Bíblia para justificar suas doutrinas de prosperidade. O dízimo, que deveria ser dado com o intuito de manter a obra de Deus, tornou-se numa espécie de “investimento” ou numa “fórmula mágica” para se obter dinheiro de Deus: “Se você der tudo, receberá em dobro”, dizem alguns; e outros: “O diabo segura a carteira do crente para ele não dar oferta”.


A famigerada Teologia da Prosperidade, que é motivo de controvérsia entre as diversas denominações evangélicas, ganhou terreno e já é naturalmente aceita por inúmeras igrejas. Em muitos casos é utilizada de forma apelativa, como um chamamento para os que enfrentam algum tipo de dificuldade financeira ou males físicos: “Se Jesus estivesse entre nós, hoje, ele sairia num Boeing particular e compraria emissoras de rádio e televisão para pregar o mais rápido possível a sua Palavra”, foi o que afirmou um pastor ligado ao movimento. Para muitos que compartilham essas idéias, Jesus foi um grande milionário e até usava roupas de grife. Frases tais como “eu peço”, “eu clamo”, “eu imploro”, “eu suplico” foram substituídas por “eu exijo”, “eu decreto”, “eu determino”, “eu reivindico” etc.. São, no dizer de um escritor cristão, os “super-crentes”, àqueles que podem tudo, que estão sempre “amarrando satanás” e que, aparentemente, estão isentos dos dissabores da vida. Todavia não são poucos os relatos de desapontamentos, quando percebem que a vida não é nenhum mar rosas e que, tais quais qualquer outra pessoa, estão sujeitas às mesmas procelas; quando sentem na própria pele, o “espinho na carne”.


A prosperidade financeira transformou-se numa espécie de “femômetro” (ou “fidemômetro”), capaz de medir o grau da fé de alguém: se prosperou, a fé é grande; se fracassou, é pequena. Provavelmente para estes, os crentes da Somália, da Etiópia, de Filipinas, de Serra Leoa, do Afeganistão etc. são todos fracassados, visto que vivem na miséria. Ao contrário, os suecos, os japoneses, os americanos (principalmente estes, que inventaram tal doutrina) são poderosos na fé, uma vez que vivem numa grande bonança financeira. É muito cômodo a quem tem dinheiro e saúde proclamar, como um arauto, que a escassez de dinheiro e a enfermidade significam ausência de fé!


Para esses pregadores, a fé só é fé se vier acompanhada de bênçãos materiais. Eles dizem - categoricamente - que se as nossas orações não estão sendo respondidas é porque não temos fé, e se a temos, ela é deve ser fraca. Não é à toa que muitas pessoas vivem atormentadas por culpas. Sentindo-se fracassadas espiritualmente, perguntam: Será que a minha fé é fraca? Será que estou em pecado?É deveras angustiante servimos a Deus, crermos na sua Palavra, e ainda assim sermos acusados de falta de fé. Esses “superpregadores” esquecem-se que, não obstante servirmos a um Deus Todo-Poderoso, maravilhosamente Poderoso, infinitamente Poderoso, ainda assim somos humanos, vivemos num mundo onde alegria e tristeza, pobreza e riqueza coexistem relativamente para cada pessoa. Se a chuva vem para os justos e injustos, conclui-se que as dificuldades não são diferentes. Conheço pessoas ímpias que não somente têm dinheiro, como também esbanjam saúde; também conheço pessoas cristãs, sinceramente cristãs, fiéis a Deus, que além de não terem saúde, têm escassez de dinheiro, vivem de aluguel, ganham um ínfimo salário. Também conheço o oposto: pessoas ímpias que não tem nada, vivem na miséria, e pessoas cristãs que tem saúde e dinheiro. A DIFERENÇA NÃO ESTÁ EM NOSSOS BOLSOS, EM NOSSOS CORPOS FÍSICOS: ESTÁ DENTRO DE NOSSOS CORAÇÕES. Se Deus é o nosso estandarte, então as circunstâncias, não importam quais, não impedem que sejamos verdadeiros filhos seus, e isso mesmo diante da pior tempestade. O que nos conforta é sabermos que em nenhum instante estaremos sozinhos. O apóstolo Paulo, diz a Bíblia, tinha um misterioso espinho na carne, e mesmo clamando a Deus não foi respondido. Vale a pena perguntar: será que ele também não tinha fé?


Se formos fazer uma análise dos chamados “Heróis da Bíblia” ou dos “Heróis da Fé”, perceberemos que a vida para eles não foi tão regalada como afirmam hoje os pregadores dessa teologia. Na antiga dispensação, é verdade, os homens de Deus, como Abraão, Jó, Salomão, entre outros, tiveram grandes riquezas; todavia, Moisés, Jeremias, Isaías e outros profetas não as tiveram. Então pergunto: Será que os primeiros eram diante de Deus melhores que os segundos? Se formos analisar a vida dos homens de Deus, principalmente na Nova Aliança, após o advento de Jesus, concluiremos, começando por Jesus, que a vida para eles não foi tão abastarda assim. A Bíblia afirma que Jesus não tinha sequer onde reclinar sua cabeça. O diabo, quando o tentou, ofereceu-lhe as riquezas do mundo, os tesouros do reino da terra, mas Jesus o repreendeu. Foi Jesus quem disse que o nosso tesouro deve estar nos céus, porque lá a ferrugem não o corrói. Por que será que em vez de ter nascido num esplendoroso palácio, ele nasceu em uma manjedoura (Tabuleiro em que se põe comida para os animais nas estrebarias)?


Os discípulos de Cristo também não eram ricos. O único que se deixou levar pela ambição, Judas, teve um fim deveras trágico. Quando algumas pessoas ricas chegavam para Jesus, como é o caso de Zaqueu e do jovem rico, foram motivados por ele a dividirem seus bens com o próximo. A Igreja primitiva tinha esse hábito. Diz a Bíblia que os irmãos prósperos dividiam com os menos favorecidos socialmente os seus bens. O apóstolo Paulo não teve, como alguns supõem, uma vida maravilhosa. Muito pelo contrário, sofreu pelo nome de Jesus, não somente açoites, mas prisões, e mesmo a morte. Em uma de suas epístolas, diz ter feito tendas para se manter, não querendo causar peso aos outros. Que diremos de João que, mesmo estando preso numa ilha, permaneceu firme na fé, sem jamais questionar os desígnios de Deus?


Não estou fazendo apologia do fracasso, da doença, da pobreza. Não, não é isso! Muito pelo contrário, não há nada de errado em desejarmos ter uma vida bem sucedida; não vejo nenhum problema em querermos uma vida com saúde. Tudo isso é bom e importante, contudo, se porventura nos faltarem essas coisas, nunca devemos achar que por isso não temos fé. Nossa fé deve ultrapassar o limite humano. Se formos agir conforme a lógica, de acordo com o aparentemente óbvio, estaremos na verdade praticando o contrário da fé. Somos salvos pela fé, portanto, a fé não é uma “fórmula mágica” que faz surgir do nada aquilo que necessitamos. Não, não, não é isso. Oferecer algo a Deus é fé: Abel ofereceu a Deus o mais excelente sacrifício, pelo que, diz a Bíblia, obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus (Hebreus 11:4). Agradar a Deus é fé: Enoque foi transladado para não ver a morte, pois agradava a Deus (Hebreus 11:5). Obedecer a Deus é fé: Noé seguiu os conselhos de Deus, construiu uma arca sob à zombaria de seus conterrâneos, e desta forma deu continuidade à espécie humana (Hebreus 11:7). A fé fez com que Moisés abandonasse o conforto do Palácio de Faraó, para sofrer por seu povo. Muitos, por sua fé, foram apedrejados, provados, perseguidos, humilhados, açoitados, serrados pelo meio, mortos ao fio da espada. Outros, pela fé, tiveram de andar peregrinos, vestidos de peles de ovelhas, necessitados, aflitos, maltratados. Como diz a Bíblia, homens dos quais o mundo não era digno. Viviam pela fé, errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Mesmo não tendo a concretização da promessa, eles não desistiram, perseveraram na fé. E a fé para eles foi sofrer pelo nome de Cristo. Muitos, movidos pela fé, foram jogados em arenas para serem devorados por leões. E a fé venceu.


E hoje o que é a fé para muitos? É viver regaladamente em suas lindas mansões, é ter o carro do ano, de preferência importado. É possuir saúde, e muitas vezes, fama. Pregar é mais cômodo pela televisão e no rádio. Para que ir à Índia, à Etiópia, à Somália, ao sofrido Iraque, aos submundos das favelas, se é possível viver “rompendo em fé” aqui em meu conforto?


O desejo por riquezas tem conduzido muitos crentes sinceros ao afastamento do verdadeiro Evangelho, da pureza e santidade da Palavra de Deus. Com freqüência surgem novos movimentos que, de início, causam escândalos, porém logo são assimilados, ganham um rótulo evangélico ou gospel e, por ausência de questionamentos, passam a servir de modelo até mesmo para os mais conservadores.


Bartimeu Qvê

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Testemunha eu?


"Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra." Atos 1.8

Queridos,

Este texto é riquíssimo e pretendo falar dele outras vezes.No momento me prenderei a algo bastante importante para o cumprimento do chamado do Senhor Jesus que é quando diz: "sereis minhas testemunhas". O que será que Jesus quis dizer com isso?"Testemunhas", no grego é "martys" que origina da palavra "martyr" que quer dizer: Quem se sacrificou, ou foi morto, em nome de uma crença ou de um ideal; Quem sofre intensamente por alguma coisa; VÍTIMA.

Após esta compreensão podemos dar um sentido diferente às palavras do nosso grande Mestre Jesus. O que Ele quis dizer aos discípulos é que ao serem Suas testemunhas passariam pelo que Ele passou, sofreriam o que Ele sofreu e estariam dispostos a dar a vida pela causa de Jesus.
Sabemos pela história que, com exceção de João, todos os discípulos morreram martirizados por amor Àquele a quem se predispuseram a obedecer.

Costumamos dizer que queremos ser testemunhas do Senhor Jesus. Comumente citamos essas palavras de Atos em nossos sermões, mas esquecemo-nos do contexto em que elas foram ditas.
Que frase profunda! Quanta responsabilidade assumimos ao concordarmos com Jesus em sermos suas testemunhas.

Será que estamos dispostos a sermos testemunhas genuínas do Senhor Jesus?
Reflitamos sobre isso e peçamos ao Senhor para falar mais direta e profundamente em nossos corações durante esta semana.

Abraço e paz de Cristo,

Josué Praça